quinta-feira, 9 de janeiro de 2014


O plano de Kennedy para invadir o Brasil nos anos 1960


Não era conspiração! Os EUA quiseram invadir o Brasil na década de 1960. Historiadores revelaram importantes gravações que mostram o interesse de Kennedy em intervir militarmente no governo de João Goulart, ainda no ano de 1963.  Temerosos de que o caos institucional e o descontrole econômico, somados às propostas de Jango, causassem uma revolução social no Brasil, o presidente americano deixou claro que os Estados Unidos estavam preparados para uma ação militar, caso o governo Goulart desse continuidade às suas propostas de governo, consideradas pelos americanos próximas demais à plataforma de esquerda.
Tais gravações revelam a verdadeira face da política americana, reforçando a teoria de que o golpe militar de 1964 teve apoio dos EUA. Esse áudio faz parte de uma série de gravações clandestinas que foram liberadas pela Biblioteca Kennedy, em uma base online, trazendo à luz alguns segredos do passado que sempre foram velados.
Os chamados anos de chumbo deixaram profundas marcas na história do Brasil. Tratava-se de um momento em que a conjuntura internacional da Guerra Fria tornava as relações políticas dicotômicas, dividindo o mundo em duas esferas: socialismo e capitalismo. Os EUA, encabeçando o bloco capitalista, tinha visíveis planos de manter controle sobre a parte Ocidental, em especial as Américas. Essa “necessidade” cresceu ainda mais depois da crise dos mísseis com Cuba, em 1962, que colocou em questão a “ameaça” comunista.
Nesse mesmo período, o Brasil vivia um verdadeiro caos econômico e político. O presidente João Goulart não possuía grande apoio governamental e ainda causava alvoroço com seus planos e discursos de cunho “esquerdista”. Existem historiadores que discutem essa postura dita de esquerda de João Goulart, pois seu papel estava mais ligado ao famoso “Populismo Getulista” do que ao marxismo. A questão é que as intenções de Jango em promover uma política que incitava as massas, propondo reformas de base a fim de alcançar maior popularidade junto às camadas mais baixas, fez com que os americanos acendessem a luz vermelha em relação a seu governo.
No entanto, apesar dos esforços do presidente Kennedy em fazer uma intervenção militar e, até mesmo, preparar-se para uma possível guerra civil, nada disso foi necessário. O golpe militar de 1964 aconteceu mesmo após o seu assassinato, sem que nem um tiro fosse lançado. Os próprios opositores do governo Jango, aliados aos militares e uma minoria burguesa, conseguiram implementar o golpe. A renúncia de Jango e seu exílio para o Uruguai davam início ao período mais negro da história republicana brasileira. Para aqueles que ainda tinham dúvidas sobre a participação americana nesse golpe, ao menos descobriram uma verdade revelada.

Ouça o áudio da conversa entre Kennedy , Lincoln Gordon, embaixador americano no Brasil, e outras autoridades debatendo o contexto brasileiro. Kennedy fala sobre a situação brasileira a partir dos 20 minutos.





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